SOCIEDADE LAMATRONIKA - Página Oficial / Official Page

Photobucket - Video and Image Hosting

Translate

sábado, 15 de dezembro de 2007

O USO TERAPÊUTICO DO TARÔ

Adivinhação e autoconhecimento duas visões excludentes

Atualmente o Tarô é usado a partir de duas visões radicalmente diferentes e excludentes que são a adivinhatória ou futurológica e a de autoconhecimento. Enquanto o Tarô adivinhatório pretende conhecer o futuro, o Tarô de autoconhecimento procura a transformação do ser humano. O Tarô adivinhatório pretende conhecer fatos, o Tarô de autoconhecimento pretende compreender os fatos conhecidos. Existem diferentes modalidades de Tarô de autoconhecimento. Cabe destacar a linha Junguiana, a psicomagia de Jodorowsky, a do Enrique Ezquenazi. A minha que a partir de 1987 chamo de Tarô Terapêutico tem como objetivo sintonizar o indivíduo com a sua essência e identificar e ajudar a resolver bloqueios, medos e padrões de comportamento que dificultam sua realização plena. Para o Tarô Terapêutico o centro não está nos fatos e circunstâncias, mas no indivíduo que as vive.

O Tarô Terapêutico parte de 5 princípios:
1 – Nossas vidas não são o produto das circunstâncias, mas de nossas decisões, somos plenamente responsáveis pela vida que temos.

2 – Tomamos nossas decisões a partir de nossas crenças e padrões de comportamento nelas enraizados; construímos nossa vida a partir de nossas crenças.

3 – Os principais obstáculos para atingir a realização em qualquer aspecto da vida somos nós mesmos, isto é, nossas resistências a mudar as crenças e padrões de comportamento que não funcionam.

4 – Atraímos o que precisamos para crescer e não nossos caprichos mentais.

5 – Cada um de nós leva dentro de si mesmo os potenciais necessários para se realizar em todos os aspectos e ser feliz.

A felicidade e a fortuna são questões de escolha e não de sorte. Osho

A visão adivinhatória e a de autoconhecimento discrepam em três questões fundamentais que devem ficar bem claras:

1 – A Questão do Destino:
Para quem faz futurologia, o Tarô é um intermediário entre o Todo-Poderoso destino e os simples mortais. Assim estes são reduzidos a espectadores de suas próprias vidas.
Para o Tarô terapêutico somos os cozinheiros de nosso destino, continuamente o estamos criando a partir de nossas escolhas e em qualquer momento podemos mudá-lo. Futuro e destino são a resposta do universo aos nossos atos, omissões e pensamentos, como a força física de ação e reação que no Oriente é conhecida como Lei do Karma. É claro que nossa capacidade de transformar nossas vidas, isto é, de criar nosso futuro segundo nossos desejos será proporcional a nossa consciência. O Tarô bem usado é uma ferramenta para mudar o destino, pois nos ajuda a tomar consciência do que realmente está atrapalhando nossa realização e mostra que atitudes são necessárias para liberar-nos.

2 – A Questão da Responsabilidade:
Para o Tarô adivinhatório o ser humano é um perfeito irresponsável. Que responsabilidade pode ter alguém cuja vida está amarrada ao destino, até o ponto de poder conhecer seu futuro? Liberdade e responsabilidade caminham juntas. Se insistirmos em mostrar para nossos consulentes que suas vidas são o produto de estranhas e imprevisíveis forças como sorte, azar, vontade divina, quando não de trabalhos de magia onde intervêm entidades não encarnadas, estamos degradando seres humanos para a categoria de escravos que nunca poderão se libertar por si mesmos. E então chegam os salvadores...
Segundo a visão terapêutica somos totalmente responsáveis pela vida que levamos. Parar de colocar a responsabilidade (ou a culpa) de nossa situação nos outros, no companheiro/a, nos pais, no chefe, no governo, no destino... é o primeiro passo para mudar. A felicidade e a fortuna são questões de escolha e não de sorte.

3 – A Questão do Bem e do Mal:
O bem e o mal não são verdades absolutas. O que é bom para uma pessoa hoje pode não sê-lo amanhã. O que é bom para mim, pode não sê-lo para você. Quem pretende ajudar a curar a alma não pode trabalhar com verdades absolutas ou doutrinas, pois não existem doenças e sim doentes. No entanto considerar que existe um aspecto nosso particularmente íntimo que não foi atingido pelas manipulações e chantagens da programação familiar, onde repousa a essência do ser humano, o Ser Superior ou Supra Consciência, pode nos ajudar muito no nosso trabalho. Estas considerações são alheias ao Tarô adivinhatório que geralmente toma emprestados seus conceitos de bem e mal das religiões oficiais, doutrinando ainda mais a seus consultantes e dificultando que eles sejam eles mesmos.

No jogo de Tarô temos três grupos de cartas:
- Os Arcanos Maiores são Arquétipos ou Idéias Universais presentes no inconsciente coletivo que mudam com a evolução da humanidade. Representam também estados de consciência e suas manifestações práticas que vão da potencialidade absoluta do Louco até a realização plena do Universo.
- As Figuras da Corte ou cartas da Realeza deixam de ser pessoas, homens e mulheres com determinadas características físicas ou psíquicas que vão aparecer ou desaparecer, trazendo alegrias ou desgraças, para virar 16 tipos de personalidade que dependendo da posição na qual aparecem indicam máscaras ou atitudes a serem tomadas.
- Os 40 Arcanos Menores são expressões de nossa vida quotidiana em quatro aspectos: Os de Paus (Bastões) ou do Fogo mostram como o consulente expressa sua energia, abrangendo fundamentalmente o mundo profissional sem deixar de olhar também para as manifestações instintivas. Os de Copas ou da Água mostram nosso estado emocional. Os de Espadas ou do Ar indicam como está nossa mente e quais são seus mecanismos mais habituais. Finalmente os de Discos (Pentáculos, Ouros ou Moedas) ou da Terra, falam de nossa relação com nosso corpo físico e com o mundo material em geral.
Observem como acabamos de estabelecer um paralelismo exato entre a estrutura do Tarô e a do ser humano que facilita a entrada em profundidade nos cantos obscuros da psique.

Ilustração I, 01. Estrutura Tarô e ser humano


Os velhos sistemas de leitura tipo: Presente, Passado e Futuro não servem mais se queremos colocar o centro da questão na autotransformação do ser: Nos padrões de comportamento, sistemas de crenças, bloqueios e medos que precisam ser dissolvidos e nas atitudes a ser tomadas.
Assim desenvolvi em 1987 a Leitura Terapêutica a partir da tradicional Cruz Celta, sistema baseado numa disposição de dez cartas (Ilustração I, 02) sendo que o número inscrito em cada carta indica em que ordem a carta foi extraída do baralho. A imagem da leitura continua sendo a céltica, mas os significados são outros.
Vejamos quais são estas dez posições:

1 e 2 - Momento atual
3 - Resultado interno
4 - Âncora
5 - Método
6 - Caminho de crescimento
7 - Necessidade Essencial ou Interna
8 - Relacionamentos
9 - Infância
10 - Resultado externo

Ilustração I, 02. Leitura Terapêutica


Uma sessão de Tarô Terapêutico não é algo muito diferente de uma consulta com um profissional da saúde. Em primeiro lugar não o visitamos porque sentimos curiosidade nem porque pretendemos conhecermos melhor. Mais, porque estamos doentes, porque alguma coisa nos incomoda ou nos impede de realizar nossos objetivos.
Não ficamos satisfeitos com uma receita de um analgésico para nossa dor de cabeça nem com a promessa de nos sentirmos melhor tomando tal remédio. Queremos em primeiro lugar que nosso médico avalie nossos sintomas, talvez descubra algum outro que nos tinha passado inadvertido e identifique a doença. Do mesmo jeito no Tarô Terapêutico, as cartas do Momento Atual, que mostram as dificuldades pelas que estamos passando, são os sintomas de uma doença formada por um conjunto de padrões de conduta programada, que podemos chamar de máscara ou script, denunciada pelas cartas da posição da Âncora.
Em segundo lugar queremos saber as causas de nossa doença e que devemos fazer para uma vez curados não voltar a ficar doentes. Para isso o curador quer conhecer nossos hábitos alimentares, se gostamos de nosso trabalho, se fazemos exercício, se estamos passando raiva em casa ou no trabalho, se nossas expectativas de realização pessoal estão se materializando, se vivemos um forte conflito emocional, etc. Nossa dor de cabeça que sentimos pela manhã pode ser o sinal de alarme de um fígado intoxicado por altas taxas de gordura e de raiva. Talvez estejamos compensando nossas insatisfações profissionais e familiares com os prazeres da mesa. Precisamos limpar o fígado, nos alimentarmos melhor e parar de acumular raiva. Tudo bem, mais tampouco ficamos satisfeitos. Precisamos descobrir as causas profundas que nos levam a aceitar situações com as quais não concordamos no fundo. Se não vamos até as raízes mais profundas do assunto, mudaremos, talvez, de compensações e sintomas mais continuaremos insatisfeitos e doentes.
No Tarô Terapêutico temos as cartas da posição da Infância, que mostram as origens inconscientes da Âncora, as causas profundas que nos levam à doença. Aqui tomamos consciência dos traços de personalidade adquiridos para obter certa aprovação familiar fundamental para a sobrevivência psíquica da criança.
Insisto em afirmar que nossas dificuldades e doenças não procedem de agentes externos, mas estão dentro e bem dentro de nós. Estes agentes externos — vírus, germens, chefe chato, corrupção, FMI, marido ou esposa que infernizam nossa vida —, podem agir no momento em que o permitimos seja abaixando nossas defesas biológicas ou desvalorizando-nos.
O Tarô Adivinhatório geralmente coloca as causas de nossos problemas no mundo externo. Procura saber se nosso companheiro/a nos está traindo, se o sócio está roubando, se alguém jogou um mau-olhado em nossa loja. As soluções também são externas. Vai aparecer o homem/mulher de minha vida? Vou me casar com Fulano? Minha empresa ou meu namoro vão dar certo? Vou ganhar na loto?
Nesta coincidência em colocar as causas dos problemas/doenças e suas soluções fora de nós e desligadas de nossos padrões de comportamento, sistemas de crenças e conflitos emocionais, se parecem muito a visão futurológica do Tarô e as consultas de hospital:
— Doutor, tenho tais e tais sintomas, dói aqui e acolá. — Muito bem, você vai tomar este analgésico para a dor, este antibiótico para acabar com o vírus ou bactéria que está causando a enfermidade e este antiinflamatório. Assim você vai ficar bom numa semana e vai poder voltar a trabalhar e a fazer sua vida “normal”.
Uma vez que compreendemos o conflito interno, que temos um diagnóstico chega a hora da ação, de aplicar o remédio. Não basta saber, o fazer, “a praxis” é insubstituível. Precisamos de um método de trabalho que mude nossa vida. O doutor se preocupará prioritariamente em cortar estas raízes, sugerindo atitudes, iniciativas e remédios que nos levem a recuperar a saúde. No Tarô Terapêutico temos aqui as cartas da posição do Método.
O profissional sabe muito bem que o organismo é um sistema auto-integrado que procura o equilíbrio continuamente, tendo seus próprios caminhos para o retorno à saúde. É mais correto, então, falar em ajudar o corpo a recuperar-se. Muitas vezes estes caminhos são confundidos com os sintomas da doença e eliminados. Um exemplo é certo tipo de gripe infantil que na verdade é um processo de desintoxicação. Perdem o apetite, isto é, o organismo se recusa a ingerir mais toxinas; sobe a temperatura para favorecer a eliminação e o nariz se enche de catarro. Muitas vezes as mães obrigam às crianças a comer ou pelo menos a tomar um copinho de leite enquanto aplicam antipiréticos e antibióticos. No Tarô Terapêutico, a tendência que o ser tem de recuperar sua saúde é expressa nas cartas da posição da Necessidade interna ou demanda da Essência.
Quando compreendemos o conflito interno, suas origens e manifestações, quando temos um diagnóstico, chega o momento da ação. Precisamos de um método de trabalho que mude nossas vidas. O doutor sugerirá atitudes, iniciativas e remédios que nos levem a recuperar a saúde. No Tarô Terapêutico temos as cartas da posição do Método.
Também queremos saber como vamos evoluir durante o tratamento, isto é, como vai ser nosso caminho de recuperação e que atitudes deveremos tomar para atingir os resultados esperados. Tudo isso é mostrado pelas cartas do Caminho de Crescimento e dos Resultados Externo e Interno.

Resumo:

Tarô Terapêutico
Conflitos
Âncora
Infância
Método
Caminho de Crescimento e Resultados

Médico
Sintomas
Doença
Origens da doença
Receita
Evolução do quadro


É claro que podemos dispor várias cartas para cada posição, formando assim um mapa do processo que o indivíduo está vivenciando, dando as orientações precisas para que dê uma bela guinada na vida.


Veet Pramad – 2007©
TECHNU® – Órgão de divulgação da Ciência Tarótica
SOCIEDADE LAMATRONIKA® - Todos os direitos reservados.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...