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sábado, 27 de outubro de 2007

CARTA 0: O LOUCO

Estultice, segundo a opinião comum, significa a arte de representar sem razão. Cesare Ripa tem isto a dizer em sua “Iconologia” de 1603: "Non è altro l'esser pazzo, secondo il nostro modo di parlare, che far le cose senza decoro, e fuor dal comune uso de gli huomini per privationi di discorso senza ragione verisimile o stimolo di Religione" (“Sendo mal, segundo nossa forma de falar, nada significa senão fazer coisas sem dignidade, e fora do uso comum dos homens, devido a carência de discurso sem razão plausível ou estímulo da Religião”). No Evangelho, aquele que não acredita é considerado um tolo, e freqüentemente figuras de tolos aparecem em Bíblias dos Séculos 15 e 16, ilustrando o Salmo 52 “O tolo tem dito em seu coração, Não há Deus!” Em uma Bíblia do Século 16, eu encontrei a mesma pintura do tolo como no minchiate Florentino (Figura. 1): um homem vestido em trapos, com penas fixadas em seus cabelos, que caminha transportando uma vara; em sua mão, ele segura um molinete, e crianças aparecem entorno dele (Figura 2). Ripa, novamente, fornece uma idêntica descrição: “Um homem adulto estará rindo, e transportando um junco; em sua mão direita, ele segurará um molinete de papel, um agradável instrumento e um divertimento para crianças, que tomam grande cuidado em fazê-lo girar no vento”.

O mesmo autor nos diz que "reputandosi saviezza nella città ad un huomo di età matura trattare de reggimenti della famiglia e della Repubblica, Pazzia si dirà ragionevolmente alienarsi da queste attioni, per esercitare giuochi puerili e di nessun momento" (“Na cidade, é levado a obter sabedoria por um homem maduro a se engajar em assuntos de família e da República, conseqüentemente será razoável chamá-lo de Tolo por abster-se dessas ações, a fim de brincar com jogos infantis, sem importância”). O sorriso do tolo, que encontramos na carta do assim chamado Tarô de Charles VI e naquele de Ercole I d’Este, é "facilmente indicio di pazzia, secondo il detto di Salomone; però si vede che gli uomini reputati savii poco ridono e Christo N.S. che fu la vera saviezza, e sapienza, non si legge, chi ridesse giammai" (“facilmente indício de tolice, segundo as palavras de Salomão; todavia, alguém pode ver que os homens considerados sábios raramente sorriem, e de Nosso Senhor Cristo, que era verdadeira sabedoria e conhecimento, jamais lemos que ele sorriu”). Uma estampa a água-forte do Século 16 apresenta um tolo sorrindo diante de um anjo, que cobre seus olhos com suas mãos a fim de não ver uma ação irracional (Figura 3).
Na carta iluminada dos Tarôs Visconti-Sforza, o tolo carrega penas em sua cabeça e uma vara em seu ombro (Figura 4). Uma figura similar foi pintada por Giotto na Capela Scrovegni em Pádua, como uma imagem de "Stultitia" (“Insensatez”) (Figura 5). Neste fresco, o tolo leva entre seus lábios um objeto que encontramos nesta alegoria que é incrementado pela presença de penas na cabeça do personagem. Devemos antes de tudo considerar que nos tempos antigos, asas, penas e plumagem eram usadas como símbolos de velocidade. Cartari em seu trabalho "Imagini de gli Dei de gl'Antichi" (“Imagens dos Deuses dos Antigos”) de 1647 repetidamente menciona os atributos do Sol-Apolo. Estes incluem asas e penas, significando a velocidade da perspicácia de Apolo, e da trilha seguida pelo Sol. Considerando a plumagem da cabeça de Mercúrio, os autores dizem isso “Foram dados penas a Mercúrio, porque, quando se fala – que ele era o Deus – suas palavras costumavam voar através do ar, como se tivessem asas. Isso é porque Homero sempre falava das palavras como rápidas, aladas e emplumadas”. Sebastian Brant em seu “Der Narrenschiff” (O Barco dos Tolos) de 1494 no soneto LVII “A Divina Providência”, tem isso a dizer sobre tolos presunçosos “Alguém pode mesmo encontrar tolos que clamem dourar suas penas acolchoadas com palavras, e se acreditam sábios...”. As penas da cabeça do tolo representam assim os muitos elementos que o tolo está carecendo, que é a velocidade e intelecto, além de palavras adequadas. De fato, o cadeado selando a boca do tolo, como pintado por Giotto, leva esta função, visto que o tolo por outro lado não falaria apenas palavras insensatas, como descritas nas palavras da Bíblia, “As palavras da boca de um sábio são graciosas; mas os lábios de um tolo o engolfará. O início das palavras de sua boca é insensatez; e o final de sua fala é loucura travessa” (Eclesiástico 10:12, 13).

Uma versão virtualmente idêntica àquela do tolo da carta Visconti-Sforza foi descoberta recentemente. Este é um modelo copiado a partir do original anterior, também datando por volta de Século 15, derivado do mesmo maço de Trionfi do qual já conhecemos as cartas do Sol, do Valete de Espadas e dos Amantes da coleção de Amadeo Cocchi. (As duas cartas da mesma coleção, que é o Cinco de Pantáculos e o Dois de Copas são de uma data ligeiramente posterior, e pertence a um outro maço). Nos tarôs Ercole I d’Estes, o tolo aparece quase despido.

Concernente a isso, Ripa escreve que "La Stoltizia si dipinge ignuda perché il pazzo palesa i suoi difetti ad ognuno, senza vergogna" (“A Estultícia é pintada despida, porque o tolo apresenta seus defeitos a todos, sem qualquer vergonha”). Nos chamados Tarôs de Charles VI, o tolo veste uma capa com enormes orelhas de asno, apresentando assim sua natureza bestial, e usa na roupa debaixo um design incrivelmente moderno (Figura 6). A imagem é muito parecida com a de um tolo apresentado em um códice de Bolonha datando por volta da segunda metade do século 15 (Figura 7) carregando o costumeiro junco, mas de uma forma onde parece atravessar a palma de sua mão (uma relação alegórica com a o estigma do Nosso Senhor) como pode ser visto, em uma forma mais clara, em xilografia no trabalho mencionado acima, por Brant. A presença de um junco, que tem a mesma função como a vara, é justificada nesta forma “Ele que deseja se divertir sem limites terá senão um suporte de um frágil junco” (Soneto LVII).

Uma variante iconográfica concerne à representação do Tolo a ser encontrada nos chamados Tarôs de Mantengna onde um cão ataca as coxas de um indigente (Figura 8). Essa tipologia permanecerá fixa por toda produção posterior de Tarôs. Uma espécie de carga também aparecerá no topo da vara, sustentado contra um ombro. A presença de um cão, próximo a um viajante indigente, é típica na arte Medieval, e provê um toque de realismo, visto que este animal latiria e freqüentemente atacaria vagabundos que se aproximassem das casas a fim de mendigar por caridade.

Um bem conhecido exemplo pode ser encontrado na representação do “Filho Pródigo” (Figura 9) e do “Caminho de Vida” em “Haycart Triptych” de Bosch. Considerando isso, existe uma interessantíssima estampa a água forte do Século XV por Israel van Meckenem (Figura 10). O simbolismo diabólico associado com instrumentos de sopro – flauta e gaita de foles, contrastando com os instrumentos de cordas “celestiais” – apresenta a qualidade negativa da estampa a água forte. Por outro lado, a presença do cão relaciona o bobo da corte com o indigente, fazendo assim uma ponte entre as duas variantes iconográficas.

Devemos considerar agora um outro aspecto do tolo, desta vez associada com sua mística e visão sagrada. A Carta aos Coríntios estava muito em voga durante a Renascença. Algumas de suas palavras refletem a relação que existe entre Tolo e o Divino: “Pois a palavra da cruz é para aqueles que perecem tolamente” (I, 1, 18); “Que nenhum homem decida por si mesmo. Se qualquer homem pensa que é sábio entre vocês neste mundo, que se torne um estulto, para que ele possa se tornar sábio. Pois a sabedoria deste mundo é loucura com Deus.” (I, 3, 18-19). E é somente pela desistência dos bens materiais que o homem pode alcançar Deus, segundo o pensamento Cristão. O tolo, porque possui esta prerrogativa, foi as vezes visto como alguém inspirado, apenas a um passo do Divino. E é sempre Brant que satiriza sobre a vã glória dos tolos: “Eles acreditam que Deus os tem beneficiado, e tem deixado a eles Sua dádiva para sempre”. (Soneto LVII).
Concernente a divina natureza do tolo em relação aos tarôs, existe um manuscrito de sabedoria intelectual e moral de um autor anônimo do Século 16, que descobri na Estense Library de Modena e mais tarde submetido a atenção de Pietro Marsilli. A fim de conquistar o calor de uma senhora na corte, uma certa Mamma Riminaldi, o autor anônimo não encontrou nenhum remédio melhor do que tirar uma carta do maço de Tarôs, o tolo “que é o cérebro divino”. Isso é porque a mais antiga lista conhecida de Tarôs, os “Sermones de ludo cum aliis”, coloca “El matto” (“O louco”) próximo ao “El mondo” (“O mundo”), que é o Deus Pai.

Imagens do Texto:

Figura 1.

Figura 2.
Figura 3.

Figura 4.

Figura 5.
Figura 6.
Figura 7.
Figura 8.

Figura 9.


Andrea Vitali
- 2004©
Tradução de Cláudio Carvalho, 2007©
TECHNU® – Órgão de divulgação da Ciência Tarótica
SOCIEDADE LAMATRONIKA® - Todos os direitos reservados.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

A.O. SPARE E O TARÔ

A.O. Spare tinha uma perspectiva única sobre Cartomancia e Tarô, incluindo a intrigante idéia do desenvolvimento de diferentes baralhos segundo o uso e aplicação. Enquanto a narrativa abaixo lida com jogos de cartas comuns, não há razão o porque das técnicas discutidas não possam ser usadas para Tarô. Spare é enfático sobre a importância do estado da mente durante a leitura, e compreendendo as combinações das cartas mais do que as cartas individualmente. Esta é uma coisa que tem sido negligenciada no Tarô, para nosso detrimento por bastante tempo. Uma vez que Spare foi um membro da Golden Dawn é razoável acreditar que ele foi exposto ao Tarô, particularmente o Tarô difundido e usado pela Ordem. Spare foi um dos maiores Ocultistas do século, e finalmente ele está recebendo o reconhecimento que ele merece com razão. Duas Fórmulas sobre Tarô são incluídas dentro de nove fórmulas em seu Zoetic Grimoire of Zos, uma indicação de importância que Spare colocou na advinhação. ‘Zos Speaks! Encounters with Austin Osman Spare’ é um livro fascinante. A primeira parte das crônicas das cartas entre AOS e Kenneth and Steffi Grant. Aparte dos insights ocultistas é fascinante ver uma fatia da vida Londrina entre 1949 e 1956. Spare se divertiu na companhia de proletários nos pubs, e ele era bem familiarizado com as prostitutas da área como está claro nas cartas e nos registros do seu diário. As lâminas em preto e branco, e a cores dão justiça ao extraordinário talento para retratar reinos mágickos. A segunda parte do livro é a Logomachy of Zos, do qual apresento uma pequena parte. Compre o livro! Zos Speaks! Encounters with Austin Osman Spare.

Quinta Fórmula: Da Previsão pelas Cartas (Vaticinado pelos Familiares) profetiza o futuro pelas cartas ou outros meios. O que é de conseqüência, e portentoso, é o ‘estado da mente’ que é induzido no consulente pelo método e explicações categóricas dadas a ele: existe uma auto-sugestão indireta ou transposta. Qualquer coisa assim distraindo o subconsciente familiar deve reformular e re-sugerir a ele mesmo com compromisso a um evento posterior e similar. Outrossim, os dardos trespassados do feiticeiro através da aura protetora pela afirmação se tornam indireta sugestão como a do próprio consulente. Paradoxalmente, o modo mais rápido de suscetibilidade é pela recusa como descrença. Cartas podem ser usadas pela formulação da vontade, encantamentos, numerologia matemática, previsão de cartas. Fui ensinado ainda muito cedo na vida pela maior Bruxa dos anos recentes [Senhora Patterson]. Aqui está uma sinopse tosca de minha fórmula baseada sobre o que eu me lembro dela. Primeiro eu necessito de uma certa condição: Silêncio, e luz apenas o suficiente para o trabalho. Fecho meus olhos quando embaralho e sempre faço assim antes de entregar as cartas para o consulente embaralhar. Para começar, utilizo o jogo de cartas comum, mas logo encontro o expediente e de maior serviço para fazer meu próprio baralho, usando dezesseis cartas. Dividido como geralmente se faz em quatro naipes, as cartas da Corte representam a pessoa. Os naipes diferentes representam os fatores comuns da vida, i.e., trabalho, relações sociais, objetos, eventos, e qualidades emocionais, etc., nenhuma carta individual tem em si-mesma muita significância. Estou dando somente princípios gerais; não irei repetir o que pode ser ajuntado a partir do resumo de livros sobre o assunto. Eventos e tudo mais são dados importância, em grau, por combinações simples ou mais complexas de cartas similares ou relacionadas. Ilustração: O dois de Espadas significa simplesmente ‘leve indisposição’, o nove de Espadas significa ‘incômodo’ ou ‘dor’; o dez de Espadas significa ‘aflição’. Assim, as cartas nesta ordem significam ‘doença séria’. Se a carta representando o consulente estiver lá, significa sua própria doença, e com a carta representando ‘fatalidade’ para o bem ou mal (invertida ou de outro modo), poderia significar morte. Uma diferente organização ou seqüência das mesmas cartas daria um equivalente diferente, significado estendido, ou definição. Assim, o dois de Espadas isolado das cartas similares poderia significar ‘doença sem importância’, ‘covardia’, ou ‘relutância’ e etc., dependendo das outras cartas que ‘caiam’ contra. As cartas não deveriam ser bastante ambíguas e se tornariam definidas e diferentes pela combinação. Essa é inicialmente a informação suficiente para a criação dos ‘significados’ das cartas, a única dificuldade é dar significado apropriado para cartas individuais assim como ter um completo vocabulário eficiente em cobrir todas as exigências. Inicie com o que você pode gerir e reconstruir pela constante adição e retificação. Combinações são inúmeras – sempre faça-las racionalmente. Quanto mais raro o evento, maior número de cartas necessárias para a combinação. Isto leva meses de trabalho para criar um baralho realmente racional. Inicie com um jogo de cartas escrevendo suas interpretações nelas. Depois, faça seu próprio baralho e desenhe seus próprios símbolos – formas geométricas servirão. Seja original – isto confere os melhores resultados. Minhas quatro cartas às mencionei acima:


Métodos de deitar as cartas são numerosos. O melhor para adivinhação geral, é serpentino: [veja imagem] lendo da esquerda para direita em fileira de nove cartas. Sinopse: Faço um pequeno horóscopo deitando onze fileiras de cinco cartas, fileiras relacionadas a: Casa, Amor, Self, etc., - todas as quatro fileiras sendo relativas umas com as outras... (uma ou duas palavras ilegíveis aqui)... e respondendo o que desejar.As cinco cartas restantes indicam o evento imediato. Faça suas próprias regras e as mantenha, consistência neste caso é uma grande virtude. É possível prever qualquer coisa, mas baralhos especiais com seus significados especiais tende ser feitos, uma tarefa difícil e laboriosa. 5ª Fórmula Alternativa: Técnica de Cartomancia. Primeiro obtenha um bom livro sobre ‘cartomancia’. Isso dará a você uma idéia geral para a feitura de um baralho apropriado para seus próprios propósitos. Procure um baralho de jogos de cartas comum, e marque-as, topo e base (cartas têm uma inversão). Conte com o ‘livro’ somente para direção geral e método – os remanescentes de uma arte tradicional e perdida. Você deveria desenvolver seus próprios significados, símbolos e métodos. Isto é vital. Aqui estão os pontos proeminentes a notar: Cartas individuais são indicadores, não eventos – no mínimo, coisas sem importância, e assim façamos cartas separadas significarem pequenas coisas comuns – emoções e abstrações (amor, ódio, medo, etc.); ‘pessoas’ são indicadas por Reis e Rainhas, e ‘crianças’ por dois Valetes. Os diferentes naipes simbolizam as diferentes espécies de eventos ou emoções, etc. Assim, Espadas relacionam-se a enfermidade, luto, morte, desapontamento, medo, rancor. Corações indicam amor, casamento, amizade, felicidade, generosidade. Ouros indicam dinheiro, sucesso, fama, honra. Você encontrará cinqüenta e duas cartas mais do que adequada para ocultar os pequenos significados. Existe um número de significados que não caem sob qualquer naipe em particular, tais como ‘célere’, ‘acidental’, ‘legal’, etc.; estes deveriam ser colocados em qualquer naipe onde for propício. Colocar significados similares em uma carta, tais como ‘conclusão’ e ‘morte’. A inversão de uma carta significa o mesmo senão mais intensamente ou extensivamente. Assim: ‘doença sem importância’, invertida, significaria ‘doença real’. Também, uma carta especial é feita para intensificar qualquer carta que caia contra, invertida ela significa ‘contínua’ ou ‘regular’. É a combinação de certas cartas que indica os significados dos eventos e episódios da vida mais importantes. Por exemplo: uma combinação de Espadas – ‘Nove’, ‘Dez’, e ‘Ás’ – quando assim intimamente justaposto significaria morte muito próxima e, em combinação com cartas indicando ‘acidente’, ‘enfermidade’, ‘ódio’, significaria morte por acidente, enfermidade, assassinato ou suicídio, e assim por diante abrangendo cada evento possível. As computações matemáticas de cinqüenta e duas cartas são quase ilimitadas. Escreva seus significados e as principais combinações das cartas, e quando você as tiver memorizado totalmente mude-as em símbolos – mesmo se sua imaginação não puder sugerir mais do que sinais geométricos. Esta mudança para símbolos é muito importante. Para salvar da sobrecarga nas cartas com escrito ou símbolos, escreva abaixo uma lista de combinações mais raras e seus significados. Estude (dos livros sobre cartomancia) os diferentes métodos de deitada das cartas para leitura; por último você desenvolverá o método que ajude mais você. Meu método é simplesmente deitá-las em um alinhamento (ou quatro alinhamentos de treze cartas) e lê-las da esquerda para direita, mas isto é difícil e somente adeptos têm sucesso [Isso pode ser uma referência a GD Four Pile Spread PHB]. Esse é meu processo: Primeiro o operador deve embaralhar as cartas enquanto olha nos olhos do consulente. O baralho é então passado para o consulente com um pedido para embaralhar as cartas enquanto pensa sobre o tudo o que ele deseja saber. Então deito as cartas e leio, observação especial sendo feita de justaposições de combinações. Quando juntas isso significa que o mesmo ocorrerá em breve. Todavia existem combinações que você sempre encontrará alguns dos significados únicos e confusos, e é aí onde a real habilidade do operador entra. A solução do(s) problema(s) será encontrada muito mais interessante do que quaisquer palavras-cruzada e quebra-cabeças. Métodos imaginativos ajudam. Uma simples ilustração:Uma carta significa ‘medo’ e a outra ‘honra’. Isso poderia ser lido como interpretação de que a pessoa em questão é ‘fraca’, mas tem a habilidade necessária, contra ‘o que ele teme por sua honra’ – caso não esteja implicado por outros fatores. Lembre-se, existe uma interpretação racional e verdadeira se você puder encontrá-la. Se você acredita no assunto ou não, isto deveria ser examinado como você se aproximaria de qualquer outra Arte ou Ciência – com uma mente aberta. Quanto a atitude do consulente, sua crença é imaterial, mas ele deveria estar disposto em não ser prejudicado; qualquer gracejo é fatal. Posso assegurar – julgando pelos resultados de outros que tenham usado este método – que qualquer pessoa de inteligência normal que segue cuidadosamente essas sugestões e que usa sua imaginação, com prática suficiente, estará apto a prever corretamente eventos futuros. Não espere resultados muito cedo. Eu não tenho feito somente o temperamento de pessoas corretamente descrito, senão, mesmo suas marcas físicas ocultadas. Educação tem pouco haver com esta faculdade. Conclusão: Deveria levar seis meses para criar um baralho de cartas satisfatório, e uns outros seis meses para ganhar a necessária facilidade pela prática.Não há limite para o que pode ser previsto, usando baralhos especiais. Finalmente, cientistas jamais aprovarão ou desaprovarão qualquer coisa relacionada a “prever o futuro”; esta é uma obra para grandes artistas. Conseqüentemente a ciência poderá confirmar de uma forma mais completa o que os artistas já tem descoberto. Note bem: todas as indicações essenciais para o Conhecimento Psíquico necessário para o desenvolvimento desta especializada habilidade são dadas em The Logomachy. Austin Osman Spare encontrou Aleister Crowley inúmeras ocasiões.

Extraído de: ‘Zos Speaks! Encounters with Austin Osman Spare’ publicado pela Fulgur Limited, 1998, ISBN 0 9531019 0 6


Tradução de Cláudio Carvalho, 2007©
TECHNU® – Órgão de divulgação da Ciência Tarótica
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terça-feira, 23 de outubro de 2007

O TRIUNFO DA MORTE

INTRODUÇÃO

Esta é uma boa oportunidade para que haja alguns interessantes esclarecimentos sobre a tão polêmica lâmina do Livro de Thoth, chamada Morte.
Muito se fala sobre a Morte no que concerne ao seu contexto místico, supersticioso, alquímico entre outras considerações. Geralmente falar da Morte, é algo ao mesmo tempo intrigante e também assustador, pois não se sabe o que há do ‘outro lado’ ou ‘além’ da vida.
Desde os tempos antigos, muito se estudou e falou sobre este delicado tema, no entanto, as concepções tanto vulgares como escatológicas da Morte se misturaram de uma forma descontrolada e desta junção surgiram vários equívocos e superstições que transviaram os conceitos mais internos do que realmente ela significa, e o que nos restou sobre sua real leitura está inclusa na simbologia e iconografia de diversas gravuras e pinturas realizadas na Idade Média passando pelo frescor da Renascença que resgatou os mitos mais antigos da Grécia e confluindo pela alegoria detalhada do Barroco onde se desenvolveu para novos traços soturnos e ocultos da Tradição Hermética Romântica.
Mesmo em meio a tantas transformações, a Morte sempre realizou sua Dança, se adaptando aos costumes culturais que marcha sempre a dispor do seu Triunfo.
Apesar deste tema ser muito mais antigo do que o período que este ensaio abarcará, resta testemunhar que a época mais rica concernente a Morte é a Idade Média e a Renascença, pois, representam ambas uma equívoca compreensão e um natural fascínio que abraçou as mentes destes dois períodos.
Humanistas dos anos Trecentto tais como François Rabelais (†1553), Francesco Petrarca (†1374), Giovanni Boccaccio (†1375) só para citar alguns, todos se basearam muito nos escritos do poeta florentino, Dante Alighieri (†1321), principalmente na sua maravilhosa obra A Divina Comédia, que descreve a ascensão de um andarilho ao cume de sua Iniciação atravessando três aspectos da Morte. Estes humanistas tiveram forte influência sobre a literatura e pintura daquela época, por exemplo, Petrarca, um grande erudito, por volta de 1356 escreve um belíssimo poema chamado Il Trionphi, que retrata através de alegorias triunfais em suas procissões seculares seis cartas Trunfos, Amor (Os Amantes), Castidade (A Temperança), Morte, Fama (A Carruagem), Tempo (O Eremita) e Eternidade (O Mundo). Inclusive existe uma teoria sobre a etimologia da palavra Trunfo dado aos Arcanos Maiores, atribuídos ao título do poema de Petrarca, e outros a Jacopo Antonio Marcello, um orador do século XV.
Alguns pesquisadores da história do Tarô se baseiam na criação da lâmina XIII através de um drama distinto do ciclo litúrgico que é naturalmente chamado de diversos nomes como, A Dança da Morte, A Dança Macabra etc. Este drama foi provavelmente incentivado pela Peste Negra que devastou a Europa entre 1347 e 1364. A ocorrência deste fato foi devido a enorme dificuldade que existia quanto a higiene entre os europeus, ao contrário do Oriente cuja limpeza era muito apreciada, houve a proliferação epidêmica por quase todo o Ocidente.
A Dança da Morte chama atenção do homem para assuntos mais espirituais, e não a frivolidade que abraçava a muitos devido à insatisfação existente naqueles tempos levando muitas pessoas para devassidão a fim de contrariar um conceito dogmático e ditador que os meios religiosos impunham a população. O simbolismo mortuário conota que a Morte existe para todos independentes de classes ou hierarquias, e que nada se leva para o outro mundo a não ser sua moral e retas ações e esta era a visão pictórica representada no Cemitério dos Inocentes em Paris, que qualifica todas as classes sociais, tais como, O Papa, O Imperador, O Mendigo, O Louco, O Eremita entre outros de modo que nada escapa a Morte.

AS VARIAÇÕES DA DANÇA DA MORTE

Numerosas versões da Dança da Morte foram pintadas por inúmeros gravadores na Holanda, Alemanha e Bélgica. Seu fascínio perdura até os tempos modernos[1]
, e tende a continuar.
Em sua Divina Comédia (1918:768), Dante no ‘Purgatório’ se depara com a Morte quando se confessa como culpado, e assim Mathilde mergulha-o no Lethes para purificá-lo. Esta confissão foi necessária para que Dante pudesse prosseguir em seu Caminho que o levaria até o Paraíso por Beatriz, sua Essência. Neste momento ele estava preparado para sua primeira morte e neste exato instante é recitado no verso 34 do Capítulo XXXI:

“Mathilde, abrindo os braços de repente,
Cingiu-me a fronte e subito afundou-me;
Era dessa agua haurir convenientemente”.

Análogo a Dante, um outro excelente poeta, gravador e pintor inglês, Willian Blake (†1827) em The Couch of Death (Poetry and Prose of Willian Blake, 1956:42) com forte influência gótica, em meio a uma densa floresta com animais noturnos a espreita, uma família se reunia próximo do leito de um jovem doente, prestes a deixar seu corpo debilitado quando elocubrava sobre sua partida e falava a Morte:

“Eu caminho em regiões de Morte,
Onde não há árvores; sem uma lanterna para dirigir meus passos,
Sem um bastão para apoiar-me”.[2]

Contudo, ao final, sua Dança da Morte foi confortada pelos anjos permitindo ao jovem uma partida prazerosa para a eternidade.
Outra faceta de sua eterna Dança, se encontra em Flores do Mal, do poeta e escritor Charles-Pierre Baudeleire (†1867) que a dedicou a sua paixão, uma mulata chamada Jeanne Duval em 1857. No seu vigésimo-nono poema, intitulado A Serpente que Dança (1981:56) ele vislumbra o poder de sedução da Morte como uma Serpente que semeia astros em sua alma. Uma das estrofes coloca:

“Ao ver teu corpo que balança,
Bela de exaustão,
Dir-se-ia serpente que dança,
Em torno de um bastão”.

Como pode ser observado, o teor dos versos do século XIX já apresenta uma formatação de “movimento” para a Morte, não mais como uma procissão triunfal, mas como sedução da metamorfose interna sucumbindo todo e qualquer desejo ao Anelo por Deus, por Aquela inebriante Amada que lume diante do Templo Interior, nas águas primordiais do Si-Mesmo.
Ocorre aqui, uma necessidade de retorno ao princípio hermético que diferentemente das lâminas do passado, agora demonstra uma simbologia mais complexa e dirigido aos contextos alquímicos e qabalísticos tão caros aos hermetistas românticos. Julius Evola (A Ciência Hermética, 1979:130) desenvolve bem o resgate alquímico quando diz:

“Ora, todo o segredo da primeira fase da Obra hermética consiste nisto: em proceder de tal modo que a consciência não fique reduzida e depois suspensa no umbral do sono, mas sim que, pelo contrário, possa seguir em todas as suas fases a realização deste processo, até uma situação equivalente a morte. A “ dissolução “ converte-se então numa experiência vívida, intensa, indelével, e é esta a “morte” alquímica, o “mais negro que o negro”, a entrada na “tumba de Osíris ”, o conhecimento da terra escura, o regime de Saturno de que falam os textos”.

Transpassando o que Evola nos diz acima para uma Ode de Fernando Pessoa (Obra Poética, Vol.1, 1986:248) interpretando o momento único da Morte como uma solene prostração diante do Silêncio, ele reitera:

“Quando eu morrer,

Quando me for, ignobilmente, como toda a gente,
Por aquele caminho cuja idéia não se pode encarar de frente,
Por aquela porta a que, se pudéssemos assomar, não assomaríamos,
Para aquele porto que o capitão do Navio não conhece,
Seja por esta hora condigna de tédios que tive,
Por esta hora mística e espiritual e antiqüíssima,
Por esta hora em que talvez, há muito mais tempo do que parece,
Platão sonhando viu a idéia de Deus
Esculpir corpo e existência nitidamente plausível
Dentro do seu pensamento exteriorizado como um campo”.

Como o leitor atento pode observar, a contínua Dança da Morte, resvala a todo o momento em nossas vidas, seja de uma forma consciente ou não, ela sempre está a um passo de nós, a fim de nos beijar e abraçar, em um louco frenesi de deleite.
Outro que sentiu o hálito frio da doce Morte foi Oscar Wilde[3]
, poeta, dramaturgo e escritor editou uma belíssima coletânea de poemas chamado Rosa Mystica e em seu Requiescat (Obra Completa, 1961:873) ele declara:

“...ela que era jovem e bela, converteu-se em pó,
Semelhante ao lírio, branca como a neve,
Apenas sabia
Que era mulher...
Silêncio, silêncio, ela não pode ouvir
A lira ou o sonêto;
Tôda a minha vida está enterrada aqui,
Amontoai terra sôbre ela”.

Aleister Crowley (†1947), em sua excepcional coletânea (Collected Works of Aleister Crowley, sd:99) de 1907, escreve em Gargoyles – Images of Death uma litania para Kali cuja uma das estrofes é recitada desta forma:

“Morte a partir da força universal,
Destina-se para o universo sem força
Nascimento. Eu aceito o percurso furioso,
Invoco a maldição toda abrangente,
Benção e paz para além i.e.
Quando Eu aniquilar o “Eu”.[4]

Várias tradições religiosas reverenciam ao mito e aos seus deuses ancestrais, e isto vai além quando se invoca a Tradição Céltica com seus mais de quatrocentos deuses e deusas que transbordam em um misto de tragédia e heroísmo, e um de seus maiores herdeiros surge das lendas Arthurianas, Merlin também conhecido como Myrddin, oferece um deleite em sua Dança da Morte no poema Song of Taliesin (The 21 Lessons of Merlin, 1996:52) e que canta assim:

“Tenho sido um búfalo feroz e um veado amarelo.
Tenho sido um barco no oceano.
Tenho sido a espuma da água.
Tenho sido uma gota no ar.
Tenho viajado alto como uma águia.” [5]


A Dança da Morte refuta as relações fugazes da vida em favor ao que é mais profundo em nós, nos tocando e nos despertando para uma direção única e sem desvios para a total consciência de quem realmente somos. Ela nos faz perceber a vulgarização que abarca o meio de vida do ser humano, e este tema, apesar de secular é extremamente atual em muitos sentidos. Desta concepção de tempo, eis que surgem as variações iconográficas nas lâminas do Tarô como um todo, e no caso da Morte estas variações soam provocativas e desafiadoras aos homens com o intuito de não subestimarem seu poder Triunfal.

A ICONOGRAFIA DA MORTE

A variação iconográfica das lâminas da Morte sugere de uma certa forma, os aspectos culturais e religiosos que vigoravam em uma determinada época da feitura das imagens gravadas seja em xilografia ou água forte determinando as formas e traços que desempenhavam os tarotiers nos respectivos séculos de registro das cartas de Tarô.
Assim como houve o desenvolvimento da visão sobre a Morte, a sua iconografia gerou interessantes quadros desde o tempo de Duccio di Buoninsegna fundador da Escola de Siena e Giotto cujos autores como Petrarca, Boccaccio, Ghiberti e Leonardo Vasari o preservaram do anonimato[6]
até os desenhos de Pamela Colman Smith e Lady Frieda Harris no século XX.
As lâminas mais antigas representavam a Morte desnuda, apenas o esqueleto com sua foice, ora a pé ou a cavalo. Posteriormente, alguns baralhos colocam-na com um capuz ou robe, outros uma armadura como no Tarô de Waite, segundo ele (The Pictorial Key to the Tarot, 1971:120) houve necessidade de uma retificação nesta lâmina:

“O véu ou mascara da vida é perpetuada na mudança, transformação, e passagem do mais baixo para o mais alto, e isto é mais adequadamente representado no tarô retificado por uma das visões apocalípticas do que pela crua noção, do esqueleto ceifando”.

Liz Greene e Juliet Sharman-Burke (O Tarô Mitológico, 1990:71) usam em suas lâminas o modelo grego para as imagens hieráticas, no caso da Morte elas optaram por Hades, o Senhor do Submundo ou subconsciente. Em sua pictografia a Morte utiliza um elmo tapando-lhe o rosto juntamente com um robe negro cobrindo-lhe todo o corpo. Talvez indicando o Silêncio que existe por trás de cada transformação interior.
Segundo Stuart Kaplan (Tarô Clássico, 1983:104), existe um interessante simbolismo referente ao esqueleto no qual ele fala:

“A energia do esqueleto age como uma força demolidora que serve para romper as correntes que impedem e obstruem as mudanças. O medo da mudança muitas vezes obscurece a promessa de um novo rumo e as oportunidades que aguardam a pessoa capaz de alterar o rumo de sua vida.”

Papus (El Tarot de los Bohemios, 1970:160) sob outra perspectiva complementa o que disse Kaplan com esta afirmativa:

“As obras da cabeça (concepção) se transformam imortais tão pronto forem realizadas (mãos e pés).”

Existe um processo alquímico que percorre sutilmente a carta da Morte que faz parte constante do desenvolvimento de todas as coisas que existem no universo, desde a menor partícula de matéria até a mais ampla que possa existir, uma potência que confunde a muitos eruditos, pesquisadores e hermetistas, que se resume em Transmutatio, algo muito mais além do que a transformação inerente de sua rica imagem. Alguns a chamam de Transmutatio Virium ou Transmutação das Forças como diria Mouni Sadhu (O Tarô, 1993:234). As miríades de formas são senão transitórias, pois o homem tem o poder tanto de mascará-las como de transmutá-las e assim pode se tornar uma fonte inesgotável de problemas emocionais e psíquicos sendo subjugado pela sua personalidade ou destilá-la transformando seus valores e expandindo sua consciência até obter um estado de Vazio e se tornar Um em Si-mesmo, i.e. UNO.
Crowley (The Book of Thoth, 1969:106) identificou este Transmutatio com o glifo da Águia, que é representante do aspecto mais sublimado do Escorpião, o signo que tipifica a Morte. Ele explica:

“O mais alto aspecto da carta é a Águia, que representa exaltação acima da matéria sólida.”

E continua:

“A carta em si mesma representa a dança da morte; a figura é um esqueleto segurando uma foice, e ambos o esqueleto e a foice são significativamente símbolos Saturninos.”

Saturno representa o Tempo, mas sob outro aspecto enaltece o intervalo existente entre um ciclo e outro, uma espécie de contração do tempo e isto reside quando as polaridades se neutralizam em um exato instante como a eternidade, isto indica uma visão característica das escolas Zen.
Oswald Wirth possivelmente percebeu algo próximo disto quando elaborou a carta XIII do seu baralho. Ele se baseou nas lâminas do Tarot du Marseille, principalmente na pictografia do baralho produzido por Nicholas Conver, contudo ele aliou a imagem de algumas cartas com os ensinamentos taróticos de Eliphas Levi Zahed (†1875), uma das maiores expressões de Levi em seu baralho é verificado nos Trunfos VII (A Carruagem) e XV (O Diabo), este último tipificando a figura hierática de Baphomet (Dogma e Ritual de Alta Magia, 1974: 220/401). No entanto o décimo-terceiro Trunfo, A Morte apresenta uma face sorridente indicando um êxtase em decapitar as fraquezas dos homens a fim de transformá-los devidamente para a próxima fase de sua Iniciação, que irá retificá-lo quando beber um pouco do Elixir da Vida, mas como, vida após a Morte? Eis a confusão de muitos.
Wirth com sua Morte, muito provavelmente se apoiou no modelo pictográfico no Tarocco Piemontese, elaborado alguns anos antes da feitura de seu baralho (I Tarocchi. Storia Arte Magia, 2006:71).
Muitos dos baralhos românticos foram idealizados a partir de sutis indicações de baralhos anteriores ainda que haja uma diferença clara entre eles. O que muitos tarólogos deveriam saber é que não há uma divisão necessariamente do caminho tomado por ambos os baralhos, dos medievais aos do século XVII daqueles que frutificaram após o romantismo de Antoine Court Gebelin (†1784), obviamente que determinados símbolos foram recuperados e trazidos a tona enquanto outros foram retificados, no entanto, a Morte que é mais completa e que dança triunfalmente no bailado do seu harmonioso ritmo foi pintada maravilhosamente por Lady Frieda Harris, no Tarô de Thoth. E é justamente com ela que finalizamos este pequeno ensaio sobre Aquela que é mais temida e mais amada de todos os medos do ser humano, A Divina Morte.

“Morte que me traz a leve sensação de frescor,
Ceife em mim a sua paixão e anelo,
Pois nossas almas são Um em Um,
E nossos corações são destruídos,
Pelo pavor que me eleva a uma nova paisagem,
A força do teu Amor por mim,
Transmitida em único Beijo,
Eu Mesmo para sempre.” [7]


Referência Bibliográfica:

- Alighieri, Dante: Divina Comedia. Traducção Brasileira de José Pedro Xavier Pinheiro: 2ª edição. Cuidadosamente revista, accrescida com setenta e cinco estampas de GUSTAVO DURÉ, enriquecida com um autographo do Traductor e acompanhada de um completo RIMARIO organisado pelo filho do Traductor Xavier Pinheiro (J.A.), I Volume. Editor Jacintho Ribeiro dos Santos. 1918: Rio de Janeiro.
- Baudelaire, Charles-Pierre: As Flores do Mal. Círculo do Livro S.A.: 1981. São Paulo.
- Blake, Willian: Poetry and Prose of Willian Blake. The Centenary Edition of Blake’s Poetry and Prose. Edited by Geoffrey Keynes. Complete in one volume. The Nonesuch Library. 1956: London.
- Burke-Sharman, Juliet e Liz Greene: O Tarô Mitológico, uma nova abordagem para a leitura do Tarô. Edições Siciliano: 1990. São Paulo.
- Chevalier, Jean e Alain Gheerbrant: Diccionario de los Símbolos. Editorial Herder S.A.: sd. Barcelona.
- Crowley, Aleister: Collected Works of Aleister Crowley. With portraits. Volume III. Foyers Society for the Propagation of Religious Truth. [1907]. rpt. by Yogi Publication Society: sd. Illinois.
- ______________: The Book of Thoth (Egyptian Tarot) by Master Therion. Samuel Weiser, Inc.: 1969, rpt. 1996: Maine. Também traduzido em português como (O Livro de Thoth), Editora Madras Ltda e Anúbis Editores Ltda: 2000. São Paulo.
- ______________: The Crowley Tarot, the handbook to the cards by Aleister Crowley and Frieda Harris. Arranged and Foreword by Akron and Hajo Banzhaf. U.S.Games Systems, Inc.: 1995. Stamford. CT.
- ________________: Thoth Tarot Deck: Designed by Aleister Crowley and artist executant, Frieda Harris. Distributed by Samuel Weiser, 734 Broadway, N.Y. 10003, Printed in U.S.A. [1969].
- ________________: Thoth Tarot Deck: Designed by Aleister Crowley and painted by Lady Frieda Harris. Booklet of Instructions [Two essays by Lady Frieda Harris & foreword by S.R. Kaplan]. Complete 78-Card Crowley Tarot Deck in stunning new edition based upon the original pintings. Cards printed in Belgium. Booklet and box printed in U.S.A. Published and distributed by U.S. Games, Inc: 1978. New York
- ________________: Thoth Tarot Deck: In small card size. Booklet of Instructions [Includes essays by Lady Frieda Harris and foreword by Stuart R. Kaplan]. Complete 80-Card Crowley Tarot Deck Includes Three Renditions of The Magus/Magician Cards. Published and distributed by U.S. Games Systems, Inc, Stamford and AGMüller & CIE, Switzerland: 1986.
- Ediciones del Prado: História Geral da Arte. Arquitetura, Escultura, Pintura e Artes Decorativas. Dicionário Biográfico de Artistas I (A-K). Fernado Chinaglia Distribuidora S.A.: 1996. Rio de Janeiro.
- Evola, Julius: A Tradição Hermética. Nos seus Símbolos, na sua Doutrina, e na sua Arte Régia. Edições 70: 1979. Lisboa.
- Huson, Paul: Mystical Origins of the Tarot. From Ancient Roots to Modern Usage. With ilustrations by the author. Destiny Books: 2004. Vermont.
- Kaplan, Stuart R.: Tarô Clássico. Cartas vindas do passado revelam o futuro. Um guia definitivo e profissionalmente ilustrado do Tarô. Editora Pensamento Ltda: 1983. São Paulo.
- Levi, Eliphas: Dogma e Ritual da Alta magia. Editora Pensamento S.A.: 1974. São Paulo
- Monroe, Douglas: The 21 Lessons of Merlin. A Study in Druid Magic & Lore. Llewellyn Publications: 1996. Minnesota.
- Papus: El Tarot De Los Bohemios. Clave absoluta de la Ciencia oculta. Editorial Kier, S.A.: 1970. Buenos Aires.
- Pessoa, Fernando: Obra Poética. Em um volume. Editora Nova Aguilar S.A.: 1986. Rio de Janeiro.
- Sadhu, Mouni: O Tarô, manual prático de ocultismo. Editora Siciliano: 1993. São Paulo.
- Vitali, Andrea e Zanetti, Terri: I Tarocchi. Storia Arte Magia dal XV al XX secolo. Edizioni LE TAROT: 2006. Ravenna.
- Waite, Arthur E.: The Pictorial Key to the Tarot. Being Fragments of a Secret Tradition Under the Veil of Divination. With 78 plates, Illustrating the Greater and Lesser Arcana, from Designs by Pamela Colman Smith. Introduction by Paul M. Allen. Rudolf Steiner Publications: 1971. New York.
- ______________: Tarô. A Sorte Pelas Cartas. Constando de fragmentos de Uma Tradição Secreta Sob o Véu da Advinhação. Com 78 gravuras ilustrando os Grandes e Pequenos Arcanos. Editora Tecnoprint S.A.: 1985. São Paulo.
- ______________: Produced by Frankie Albano. (Albano-Waite). This Tarot was created by Arthur Edward Waite and artistically painted by Pamela Colman Smith. Published by TAROT PRODUCTIONS, Inc: 1968. Los Angeles.
- Wirth, Oswald: The Original and only authorized Oswald Wirth Tarot Deck. Made in Switzerland by AGMüller. Distributed exclusively by U.S. Games, Inc: 1976. Stamford.
- Wilde, Oscar: Obra Completa. Em um volume. Editôra José Aguilar, Ltda: 1961. Rio de Janeiro.

Discografia:

- Theatre of Tragedy: Velvet Darkness They Fear. Massacre Records: 1996. California.

Notas:

[1] Existe uma banda de Doom Metal chamada Theatre of Tragedy que enaltece os dançarinos da morte em uma de suas belas músicas quando diz: “Hush’d with a gasp of life’s breath, Together red tears we wept – in vain, And pass’d the procession of dancersdead – As in darkness were we lock’d in wed: I kiss’d the Seven Angels of Death”. (On whom the Moon doth Shine).
[2] No original em inglês: “I walk in regions of Death, Where no tree is; Without a lantern to direct my steps, Without a staff to support me” .(The Couch of Death).
[3] Oscar Fingal O’Flahertie Wills Wilde nasceu em Dublim em 16 de Outubro de 1854 e faleceu em Paris em 30 de Novembro de 1900.
[4] No original em inglês: “Death from the universal force, Means to the forceless universe, Birth. I accept the furious course, Invoke the all-embracing curse, Blessing and peace beyond may ie, When I annihilate the “I.” (Kali).
[5] A estrofe original: “I have been a fierce Bull and a yellow buck. Ihave been a boat upon the sea. I have been the foam of water. I have been a drop in the air. I have journeyed high as an eagle.” (The Song of Taliesin).
[6] Giotto pintou em 1302 vinte e quatro afrescos na Capela de Scrovegni em Pádua. Um dos afrescos mais famosos é chamada Fidis ou Fé, que representa de uma forma hierática, o Trunfo A Sacerdotisa.
[7] De minha autoria.

Ensaio publicado na revista "O Caldeirão" número XII, 2007

Cláudio Carvalho, 2006©
TECHNU® – Órgão de Divulgação da Ciência Tarótica.
SOCIEDADE LAMATRONIKA® - Todos os direitos reservados.

TARÔ, UMA CIÊNCIA QUE MERECE ESTUDO

Após anos estudando e trabalhando com a Ciência do Tarô, ou Ciência Tarótica como prefiro chamar, pude perceber uma importante, porém delicada questão que pode gerar certas controvérsias entre os praticantes e estudiosos do tema.
Minhas pesquisas com o Tarô não abrangem apenas as áreas usuais de modelo convencional, ou seja, métodos de deitada ou tiragem, o que significam os Arcanos Maiores, Menores, Ases, Cartas da Corte ou Reais e assim por diante. Estes aspectos mencionados retratam formações específicas porque são utilizados convencionalmente pelos muitos praticantes desta Ciência, todavia, estas formações são organizadas segundo o nível de aprofundamento daquele que ensina, e é justamente neste ponto que surge a “encruzilhada” dos fatos.
Primeiramente se faz necessária uma breve perspectiva Filológica sobre a tênue diferença entre um praticante e um estudioso da Ciência Tarótica.
A palavra estudioso tem sua origem no grego philospoydos[1]
, i.e. amigo das libações. A priore pode parecer estranha a conotação dada, contudo, o ato de libar é um ato de sorver, criando assim, uma interação do sujeito (o estudioso) com o objeto (o que se estuda).
Uma outra forte perspectiva que suporta o que foi mencionado acima, é quanto ao estudo da Simbólica. Ao analisarmos pela via do Simbolismo o que a Filologia nos remete, veremos que existe o Simbolizado e o Símbolo em si. O ponto de partida seria analisar o Simbolizado que é a própria quintessência através de seu representante críptico ou Símbolo. Podemos observar como bom exemplo um termo constantemente utilizado por bilhões de pessoas, Deus. Este é o Simbolizado (ainda que de alguma forma ele pode ser considerado também um Símbolo) que pode ser expresso ou representado, o Símbolo, de diversas maneiras — pelo Olho no Triângulo ou O Homem Vitruviano com sua medida áurea. O resultado é determinado por variáveis devido ao nível ou padrão adquirido por cada observador ao decodificar os Símbolos. Portanto sempre serão inúmeras as interpretações dadas ao Objeto em questão. Isto é estritamente normal e de uma certa forma até mesmo necessário no estudo da Simbólica ou de qualquer outra matéria. Alguns dos grandes sábios da antiguidade perceberam esta variação em estruturas diversas, até mesmo na destruição de imagens sejam estas cognitivas, ou suprafísicas, eis o tema do Iconoclasta.
Na junção de ambas perspectivas o estudioso abrange formas mais amplas dentro da Ciência estudada, conforme expressas em contextos histórico, etimológico, filológico, sociológico, antropológico, mitológico, iconológico, artístico, geométrico, matemático, e da hermenêutica inserida nas linhas e traços dos baralhos mais antigos, enquanto que os baralhos Iluminadores, Românticos e Modernos, remetem a composições astrológicas, qabalísticas, elementais, entre outras.
Esta complexidade faz do estudioso um Erudito[2]
, pois ele faz uma profunda associação de informações de acordo com o campo geral destas Ciências a fim de organizar um vasto cabedal como base fundamental de toda uma estrutura construída em cima de estudos e pesquisas muito dinâmicos. Surge então, o sufixo logos[3], que é a matéria do estudo do qual se especializa e explica. Como adjetivo, surge outro sufixo logios[4], ou hábil no falar, eloqüente, douto ou sábio. Estas eram características conferidas ao antigo deus egípcio Thoth[5] e aos seus seguidores, os Herméticos[6]. Portanto, quando alguém se torna um estudioso além de praticante da Ciência Tarótica[7], ele é um Tarólogo, ou seja, um douto neste tema. Como de fato ocorre comumente em nossa língua[8], uma palavra é constituída por um significante (a forma) e um significado (a idéia, o conceito). Assim, Tarólogo, contem ambos os sentidos de logos e logios, da mesma forma que outras Ciências.
Assim, e não de outra forma, um arqueólogo torna-se um douto em Arqueologia, um teólogo versado em Teologia, dando como possíveis exemplos.
Obviamente, alguns dentro destes ramos, irão se especializar em sub-ramos que compõem o quadro final daquela Ciência. Estes são considerados os práticos[9]
, derivando da palavra práxis, i.e. execução ou aplicação por oposição à teoria. Neste caso ‘oposição à teoria’ não é descartar a teoria estudada, pelo contrário, é de complementá-la com a prática adquirida.
Esta questão é de grande importância para o estudante ou aquele que está iniciando seus estudos e pesquisas dentro de uma área não importando qual seja. Outrossim, existem determinadas áreas de estudos que possuem um sufixo oposto ao logos, o “ista” que de uma forma ou de outra está ligado ao “ismo”, que é o pejorativo para “dogma” ou conceitos pré-estabelecidos. Desta forma, as perspectivas podem variar neste contexto lingüístico de formas e idéias.
Esta explanação serve de modelo para que o estudante se torne de fato cônscio do seu trabalho caso ele aspire ser um excelente profissional com o Tarô, e a necessidade se faz presente quando este ou aquele entra em evidência no cenário holístico.
Desde 1982[10]
— e não mudou muito nestes anos a não ser quantitativamente — percebo que muitos ‘profissionais’ se colocam como consultores, professores e formadores desta Ciência, e concluem que o respaldo de seus conhecimentos, estatisticamente falando, provem de outros ‘profissionais’, através de cursos ou workshops dando-lhes garantias de uma excelente consultoria. Muitas vezes cursos de um, dois ou até seis meses, fornecem certificados com o mínimo de critério, quando há, àqueles que são considerados aptos para ministrar posteriormente um curso ou workshop a outros iniciantes.
Infelizmente, não há ainda uma organização no setor a fim de validar cursos e pesquisas paralelas que permitam um tempo muito maior e conseqüentemente um melhor aprofundamento para o aluno ou mesmo para os mais interessados. Além disto, cada pessoa possui um tempo correspondente a sua natureza para o entendimento Tarótico, e muitos iniciantes ou curiosos reclamam quando turmas são compostas por um número acima de cinco pessoas, criando um desnível na absorção do conhecimento passado, o que não contribui para um desenvolvimento melhor de ensino a ser conferido posteriormente por estes futuros ‘profissionais’.
No Brasil, somente agora está ocorrendo uma procura pelas ciências que estão inseridas nas lâminas Taróticas, e vejo algumas pessoas percorrendo esta via com interesse, manifestando os primeiros indícios dentro dos contextos histórico e simbólico, ainda que não tanto iconográfico e artístico, mas já é um começo. Os livros nacionais sobre tais temas são escassos, mas boas coisas podem surgir deste recente ímpeto de abranger áreas que antes não eram fomentadas entre os profissionais brasileiros.
Por isto, volto a insistir, há uma necessidade de verdadeiros profissionais daqui se organizarem em torno de um excelente desenvolvimento Tarótico, e não apenas de um trabalho convencional e sob certo aspecto, repetitivo. Os grandes pesquisadores respiram 100% ao que se dedicam em estudos, tanto práticos como teóricos, e somente assim, um verdadeiro trabalho toma corpo e fundamento, sustentado pelo cabedal adquirido pelos anos de dedicação. Outrossim, tempo pode ser relativo, pois existe ‘profissionais’ que dizem atuar por muitos anos, cujo trabalho apresenta forte tendência dogmática substanciada por suas crenças pessoais, deturpando sérios ensinamentos acompanhados com a falta de isenção e sobriedade ao passar o conhecimento da Arte para sinceros estudantes.
O Tarô é científico e cultural, e se muitos teorizam que sua forma atual de interpretação e simbólica tem sua origem no século das Luzes, na Idade da Razão, isto só viria a corroborar que sua segunda fonte é o Iluminismo Científico. E quanto a primeira? Qual sua origem? Estas perguntas fazem parte de um outro artigo que será escrito mais adiante.
De qualquer forma gostaria de terminar este escrito com uma frase que sempre me chamou atenção:
“O progresso de um povo depende, exclusivamente, do desenvolvimento de sua cultura”.
(Napoleão Bonaparte)


Notas:

[1] Em grego Φιλόσπουδος.
[2] Erudição significa apenas uma instrução vasta e variada.
[3] Λόγος.
[4] Λόγιος.
[5] Existem várias grafias para a palavra grega Thoth. Algumas delas como Taht, Tat, Tehuti, Tot, Taur são de origem egípcia, e mesmo assim, as palavras mencionadas acima, foram transliteradas de acordo com a fonetização utilizada pelos povos mediterrâneos séculos depois. Isto ocorreu devido a enorme dificuldade de entender a escrita e língua egípcia, principalmente quanto aos escritos e palavras hieráticas já que eles não usavam e nem mesmo conheciam em suas primeiras dinastias as vogais, o que nos comprova que a transliteração grega é oriunda de fontes muito mais antigas. Alguns eruditos teorizam sobre a origem da palavra Thoth, e existem duas correntes que se confrontam em seus dados acadêmicos. Uma corrente determina que sua origem provém do período Macedônico ou Ptolomaico, estes teriam transliterado “Tht” (Tehuti) para Thot (h). Cícero dizia que este era um dos nomes de Mercúrio. A outra corrente é a favor de uma origem bem mais recente, provavelmente no século XVIII ou XIX, quando houve uma racionalização franqueada por estudiosos da Tradição Oculta, conhecidos pelos românticos como Hermetistas. Eles mesmos, se autoproclamavam Filhos de Hermes, ou de Thoth. Hermes (Ερμης) foi o nome dado pelos gregos no período Ptolomaico, e segundo Cícero, dela surgiu a palavra Hermētis que é latina e não grega. A partir dela proveio a corruptela Hermeticum que segundo alguns é um termo escolástico aplicado as pesquisas de textos gnósticos, como ocorreu quando se estudou as origens do Corpus Hermeticum. Assim inúmeros alquimistas da Idade-Média que herdaram este vasto Conhecimento do Oriente foram conhecidos pelos escolásticos como Hermetistas. Esta grafia encontrou seu apogeu entre os românticos, com o renascimento do Oculto aquecido pelas fornalhas mais modernas do que de seus antepassados.
[6] Vide explicação acima.
[7] Hoje o trabalho prático com as lâminas do Tarô abrange áreas de uso Terapêutico (Θεραπευτικός), contudo, de acordo com alguns escritos gregos de Corrente Pitagórica, o verdadeiro Terapeuta (Θεραπευτήρ ou ς) seria um dos Grandes Homens, nos quais Platão se inspirou. Estes pertencem ao Terceiro Colégio, e segundo Saint Yves são Homens que fariam parte do Conselho de Deus citados em Missão dos Judeus.
[8] A Língua Portuguesa para o Brasil, está completamente diferente daquela falada em Portugal, houve profundas modificações nos últimos cinqüenta anos na ortografia e a inserção de palavras estrangeiras em nosso vocabulário. No meu ponto de vista, a nossa Língua poderia se chamar Braziliana, restaurando nossa hegemonia e escrita. Por exemplo, até o inicio do século passado Brazil era escrito com z e não s. Muitos países tanto de origem anglo-saxão como latina nos chamam de brazilianos e não brasileiros que surgiu como um termo pejorativo. De qualquer forma, manterei o padrão estabelecido.
[9] Do grego prakticos = Πρακτικός.
[10] Havia alguns profissionais que já trabalhavam terapeuticamente na década de 70 como, por exemplo, Ana Matilde Pacheco e Chaves; ela tinha como base à psicologia Junguiana. Houve também M. Diego que foi um dos primeiros a utilizar a palavra Tarologia no Brasil. Ele foi presidente da antiga “Associação Brasileira de Tarologia – Quirologia e Estudos Místicos” em São Paulo.


Referência Bibliográfica:

- Anon.: Corpus Hermeticum e Discurso de Iniciação com a Tábua de Esmeralda. (Hermes Trismegistos). Hemus Livraria Editora Ltda: 1978. São Paulo.
- Budge, E. A. Wallis: The Gods of the Egyptians or studies in egyptian mythology. Volume I. Dover Publications, Inc: 1969. New York.
- Chevalier, Jean e Alain Gheerbrant: Diccionario de los Símbolos. Editorial Herder S.A.: sd. Barcelona.
- D’Alveydre, Saint-Yves: A Sinarquia, O Arqueômetro, As Chaves do Oriente. Organizado por Yves-Fred Boisset. Gnosis Editorial Eventos e Produções Editoriais Ltda: 2001. Rio de Janeiro.
- Junior, José Cretella e Geraldo de U. Cintra: Dicionário Latino-Português. Companhia Editora Nacional: 3a Edição, 1953. São Paulo.
- Lexicon, Herder: Dicionário de símbolos. Editora Cultrix Ltda: 2a Edição, 1994. São Paulo.
- Massey, Gerald: A Book of the Beginnings. Volume I. (Egyptian Origines in the British Isles). A New Introduction by John Henrik Clarke. A&B Books Publishers: 1994. New York.
- Pereira, P. Isidro: Dicionário Grego-Português e Português-Grego. Livraria Apostolado da Imprensa: 5a Edição, 1976. Porto.
- Santos, Mario Ferreira dos: Tratado de Simbólica. Volume IV. (Enciclopédia de Ciências Filosóficas e Sociais). Livraria e Editôra LOGOS Ltda, 4a Edição, 1963. São Paulo.
- Shorter, Alan W.: Os Deuses Egípcios. Editora Cultrix Ltda: 2a Edição, 1992. São Paulo.
- Yates, Francês A.: Giordano Bruno e a Tradição Hermética. Editora Cultrix Ltda: 2a Edição, 1990. São Paulo.


Cláudio Carvalho, 2006©
TECHNU® – Órgão de Divulgação da Ciência Tarótica.
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